Dá-me Lume...

Hoje estou maldisposta, e ontem também estava e anteontem...e desde o dia 12 de abril de 2005, dia esse que ficará para a história como sendo a quadrigésima sexta vez que deixei de fumar. Mas desta vez é especial porque, tal como das outras vezes todas é desta que deixo de vez. As provações foram já inúmeras: a 1ª foi jantar com o meu pai (devo desde já dizer que o ADORO e que o ADMIRO, mas isso dava outra história...), fumador nato ou pelo menos desde antes de eu nascer (bem antes), e que é um grande investidor (sem cash-flow positivo) na indústria do tabaco (sócio da Philip Morris seguramente, eles é que não sabem). Conclusão nº 1: quando se deixa de fumar numa 2ª feira não é boa política jantar com o Pai na 3ª, até porque, ainda por cima, o Pai em questão goza com a situação porque já não acredita nessa velha história do deixei de fumar; Prova nº2, a primeira vez que fui tomar café com os meus amigos (dos quais também gosto muito), essa raça fumadora, essa macacada que fuma tanto que parece incrível como é que ainda conseguem respirar (note-se que há 10 dias atrás eu fumava tanto como eles). Conclusão nº 2: se o objectivo é deixar de fumar, convém não ir ao café durante um longo periodo ou então ir, mas não ficar sentado, circular o mais possível e conversar com o maior número de pessoas que não esteja de cigarro em punho. O mesmo vale para a provação nº3 que é festas, bares e afins. Outra prova dura é enfrentar dias e dias de stress laboral sem puxar fumo uma só vez, é de levar uma pessoa à loucura.
E depois há os sintomas! Desde que deixei de fumar: comecei a ter disturbios de sono, a minha capacidade de concentração reduziu-se, tenho tido dificuldade a respirar, estou impossível de aturar, como rebuçados, chicletes, e coisas mastigáveis até me sentir rebentar...
Em contrapartida, estou a caminhar no sentido de reduzir a probabilidade de ganhar cancro pulmonar (não é que não venha a ter outro tipo de cancro, o que seria irónico depois deste esforço todo), de sofrer infertilidade, de sofrer de doenças cardiovasculares, etc, etc, etc
Onde eu quero chegar é: será que vale a pena? Vale sempre a pena quando a VONTADE não é pequena...