terça-feira, outubro 25, 2005

Medicina sem fronteiras...

Hoje de manhã quando fui doar sangue, fui atendida por um médico de origem Ucraniana. Pois é: o primeiro sentimento foi de surpresa porque estou habituada a vê-los sujeitarem-se a empregos noutras áreas que não aquela para a qual estudaram, o seguinte foi de alegria por saber que afinal há justiça no nosso país e se dá oportunidade a todos por igual. Todo e qualquer cidadão estrangeiro que se fixa em Portugal e tem qualificações para a profissão pretendida (neste caso medicina), tem que realizar um exame para a poder exercer. Este exame possui um grau de dificuldade equivalente (acho até que é o mesmo exame) aquele que realiza um aluno que finaliza o 6º ano do curso em Portugal. Daí que, a meu ver, estão aptos a prestar cuidados médicos, e uma vez que temos falta deles, até dá um certo jeito (e não se esqueçam da quantidade de médicos espanhois que já há muito tempo têm vindo a trabalhar na área no nosso país).

Agora falemos do outro lado da moeda: o facto de haver falta de profissionais de saúde, deve-se inteiramente às absurdas notas de entrada nos cursos relacionados com o tema. Pois é, eu ainda acho que deviam abrir mais vagas nesse tipo de curso ou até abrir novos cursos de saúde em Universidades que ainda não os possuem, isto se providenciarem as condições e o material necessários para que os alunos possam usufruir de um ensino com qualidade, sendo assim, potenciais profissionais de qualidade. Isto resolvia o problema da falta de médicos, enfermeiros e outros, e também possibilitava a certas pessoas fazerem um curso para o qual têm aptidões mas não médias exacerbadas.

É esta a minha opinião acerca do assunto. Qual é a vossa???

11 Comments:

Blogger Unknown said...

a minha opinião é que a ordem dos médicos ainda é dos maiores lobbyes em portugal, daí não haver mais cursos de medicina... donde é que achas que vem todo o dinheiro??

eles são poucos e os enrascados são muitos!!!

25.10.05  
Blogger Cavaleiro que diz Ni. said...

Venham eles, tenho uma admiração por tais culturas (leste), e desejo profundamente que o português se comece a "cruzar" (sim, com isto quero dizer geneticamente) com essas gentes, para ver se começamos a adquirir certas faculdades que nos afastem desta forma de ser facilitista, displicente, carneirista e do deixa andar, desta forma de ser mesquinha. Venham eles!
As médias? medicina? Mesquinhez, mania das grandezas... um aluno barra em medicina não significa forçosamente um bom profissional, pois se não possuir qualidades humanas, sensibilidade e altruismo, os 19s e 20s alcançados caem por terra.
Ni!

25.10.05  
Blogger Periférico said...

A Ordem dos Médicos teve sempre uma posição coorporativa em relação a este assunto dos números de vagas dos cursos de medicina. Estilo vamos ser poucos para dividir por menos as fatias do Bolo.

Quantos dramas pessoais e vocações perdidas por uma décima na média!

Deviam ter vergonha e fazer mea culpa. Mas ainda há pouco tempo quando o governo anterior falou em abrir uma nova faculdade de medicina em Viseu ia caindo o Carmo e a Trindade na ordem, dizendo que em último recurso não reconheceriam o curso.

Haja bom senso e vergonha na cara.

Beijos

25.10.05  
Blogger Periférico said...

A Ordem dos Médicos teve sempre uma posição coorporativa em relação a este assunto dos números de vagas dos cursos de medicina. Estilo vamos ser poucos para dividir por menos as fatias do Bolo.

Quantos dramas pessoais e vocações perdidas por uma décima na média!

Deviam ter vergonha e fazer mea culpa. Mas ainda há pouco tempo quando o governo anterior falou em abrir uma nova faculdade de medicina em Viseu ia caindo o Carmo e a Trindade na ordem, dizendo que em último recurso não reconheceriam o curso.

Haja bom senso e vergonha na cara.

Beijos

25.10.05  
Blogger armando s. sousa said...

Da primeira parte do teu post, felizmente que o Governo português acordou à dois anos atrás para essa situação, quando pediu a todos os estrangeiros que tinha formação académica que fizessem prova, para os retirar das obras. Foi uma decisão de louvar.
A segunda parte do post acho que deveriam efectivamente haver mais vagas para o curso mas a Ordem dos Médicos sempre uma posição cooperativa e de cartel para permitir tal coisa.
Os médicos gostam de se considerar uma classe intocável.
Um abraço.

25.10.05  
Blogger izzolda said...

Quanto à abertura das profissões a pessoas de todas as nacionalidades, apoiado, desde que tenham conhecimentos linguísticos para tal (e têm de ter, se fazem o tal exame).
Em relação à falta de profissionais de saúde, com certeza que a existência de mais cursos ia dar origem a mais profissionais; duvido é que isso fosse suficiente para baixar as médias, porque ia haver a mesma competição para aceder a uma profissão tão reputada (e não podem simplesmente abrir vagas até alguém com "10" entrar). Enquanto a avaliação for quantitativa e não qualitativa, as médias são elevadas. Talvez se existisse um exame de aptidão pessoal para a medicina entrasse quem realmente merece e tem vocação para a medicina, e não só quem tem boas notas.

25.10.05  
Blogger kiko said...

Eina! O recorde de comentários mais largos da história da blogosfera!!!

Bom cá vai:

Acho que os locais laborais são para quem se candidata e demonstra ser a pessoa indicada para tais cargos.

Quanto aos cursos de medicina, parece-me ridículo, sinceramente, estas médias absurdas que se vêem para lá entrar... Até porque boas notas não são sinónimo de qualidade no serviço que vão prestar ou de excelência científica, bem pelo contrário (veja-se o caso do João Jardim ;D). Acho´que é importante começar a pensar em novos parâmetros de escolha de alunos~para cursos, que não os numeros clausus, até porque eles, são o causador de muits problemas sociais de coitados que passam anos a fio para realizarem um sonho... acho realmente, triste esta situação.

Porque não arranjar uma forma de avaliação de competências e aptidões téncicas e científicas para tal curso, como para muitos outros, desta forma, novas possibilidades e melhor serviço poderia ser prestado, por gente motivada para tal serviço.

Outra questão, coloca-se com ops lobbies, e com os compadrios, sabemos muito bem da proximidade que há entre a pressão e o lobbie dos médicos, pelo que este sistema poderia ser subvertido, como solucionar!? ... só se nos mudassemos para a Suécia ou Finlândia... ;) Bj

25.10.05  
Blogger kiko said...

Queria dizer longos.... :0D

25.10.05  
Blogger Poor said...

ia-me repetir nos argumentos, os compadrios minam isto tudo, pior, vai ter repercussões noutros cursos!Quantos não entraram em veterinária e farmácia porque as vagas foram preenchidas pelos candidatos a medicina que não entraram?
Só um pequeno comentário ao facto de teres dado sangue!Ora aí está uma coisa que me ia custar HORRORES a fazer!Cada um escolhe realmente a caridade mais adequada!BRAVO

25.10.05  
Anonymous Anónimo said...

não é só a falta de médicos.
existe é uma má distribuição deles por este país fora. porque não se faz como com os concursos de professores? que correm o risco de irem paraa cascos de rolha!??

a ana do 2º esquerdo

25.10.05  
Blogger Sara MM said...

Ó problema é que o curso em si tem despesas... tem de ser feito (os último muuuuuuuitos anos, que aquilo parece não ter fim) nos hospitais... públicos.
Por isso, mais vagas só mesmo qd deixarem a privada investir, e bem!

E eu morro de pena da minha priminha do Xisto que queria tanto mas não sei se vai ter esses tais notões :o(

BJs
PS- TENHO DE IR DAR SANGUE!!!

26.10.05  

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