segunda-feira, maio 16, 2005

País Basco



A propósito de uma notícia que li hoje acerca de um atentado atribuído à ETA (se bem que ainda não foi reinvindicado), aproveito para falar sobre o assunto frágil que é a independência do país Basco. Sou terminantemente contra qualquer forma de violência e assim sendo, não consigo entender o terrorismo e não compreendo como alguém pode pensar nele como modo de alcançar um objectivo, uma ideologia... O problema neste caso, é que depois de tantas "intervenções" desastrosas, a ETA tornou-se na imagem de marca da demanda de independência de uma parte dos habitantes do denominado País Basco. Mas isto não deve ser assim, temos que aprender a separar as coisas. Estive nos territóios espanhol e francês do país basco em setembro passado e tive a oportunidade de conhecer os habitantes (por intermédio de amigas bascas que conheci em Itália) e a sua opinião acerca do assunto. Muitos são a favor da independência, mas não da organização terrorista e dos seus actos e apelam ao diálogo entre os representantes Bascos e o governo de Madrid. As pessoas que estão a favor da independência das regiões bascas, alegam bases culturais, linguísticas, económicas e históricas, que dizem ser bastante diferentes daquelas comuns ao resto de Espanha, bem como a antiguidade da civilização basca e as raízes profundas da sua determinação como país independente. Em relação à ETA, a maior parte das pessoas diz preocupar-se com as suas acções porque transmite no estrangeiro uma imagem muito negativa à região, pois como referi anteriormente torna-se representativo dos seus habitantes. Contaram-me acerca da pressão e das constantes ameaças que a organização dirige à própria população, principalmente a empresários bascos, cobrando-lhes dízimos para lhes fornecerem protecção (de eles próprios obviamente) e chegando a haver raptos, ataques e porventura assassínios a essas pessoas, que são nem mais nem menos, nativos do território em questão. Conheci pessoas que no entanto eram contra a política de distribuição dos "presos políticos" (elementos da ETA) por parte do governo espanhol, com o intuito de os manterem afastados evitando assim qualquer tipo de comunicação, mas o facto é que torna-se difícil para os familiares dos detidos fazerem viagens prolongadas para os visitarem. Não tomo partido em relação à questão da independência porque é um assunto que não me concerne, mas fico naturalmente horrorizada com a forma de agir dos elementos terroristas. A mim, parece-me que este problema não tem fim à vista, apesar de hoje mesmo ter lido uma outra notícia, esta tendo por título "Zapatero procura consenso parlamentar para dialogar com ETA". A ver vamos...

Esta foto fiz em Mundaka (Bizkaya).
O texto no cartaz significa:
"Os prisioneiros bascos. Ao país basco"
e é um tema polémico em Espanha.

3 Comments:

Blogger Sukie said...

Acerca da questão relevante: O governo realmente chama presos políticos aos terroristas encarcerados, isto através de uma fonte que está dentro do assunto... acreca da outra questão...Eu ñ disse que a maioria dos bascos quer a independência, disse que uma parte dos habitantes quer...mas nem sei até que ponto não será uma grande parte visto que conheci imensos bascos e todos eram a favor, se bem que contra o terrorismo e além disso, o clima que senti no país basco era mesmo esse de afastamento em relação ao governo de Madrid...O mesmo se passa na Catalunha...Daí q me pareça que tudo foi referido.

17.5.05  
Blogger dIV said...

Se perdessem mais tempo a cultivar essas heranças culturais é que eles eram espertos. A independência é totalmente utópica,e já está mais do que na altura de abrirem os olhos! Não tinham capacidade de sobreviver como país.. iam fazer o q? Pedir subsídios à espanha? E os precedentes q isso ia abrir? Qts mais iam querer independencia? Asturias? Catalunha? Galiza? Ia ser a morte de um país...

24.5.05  
Blogger Sukie said...

Bem visto!

24.5.05  

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