quarta-feira, outubro 26, 2005

Dúvidas, dúvidas...

Ontem estive a pensar na questão da dávida de sangue. Durante o questionário preliminar fazem perguntas tipo "injectou drogas nos últimos meses?", "teve relações sexuais com mais de um parceiro ou sem protecção no últimos meses?", "fez alguma intervenção cirúrgica ou recebeu transfusões de sangue nos últimos meses?", "fez tatuagens ou piercings no últimos meses?" bla bla bla etc e tal... O objectivo deste inquérito é avaliar se a pessoa que pretende doar sangue representa um potencial portador de doenças transmissíveis pelo sangue. O problema é, se o dador tem respostas positivas para todas estas questões e no entanto responde, seguro e altivo, negativamente a tudo isto, ou por maldade, ou por esquecimento, ou por desconhecimento de uma possível doença. Existem doenças, que apenas são detectáveis em análises senguíneas, após 9 meses a um ano de terem sido contraídas! Ou seja, durante esse período não é possível avaliar se o dador está ou não infectado! No entanto, quando o sangue chega ao laboratório, é dividido nas suas componentes: os glóbulos brancos são rejeitados porque podem fazer mal ao organismo do doente que vai receber o sangue; as plaquetas, que são ideais para paciente de quimioterapia, duram no máximo 5 dias, tendo que ser "consumidas" nesse espaço de tempo; os glóbulos vermelhos, são congelados e podem durar até um ano. Mas esses curtos espaços de tempo podem não ser suficientes para detectar doenças que ao serem transmitidas por transfusão desse sangue podem ser letais...
Existe então uma contradição que me assalta o pensamento: devemos aceitar esse sangue, numa transfusão, uma vez que pode salvar uma vida? ou devemos reflectir nestas incertezas todas e evitar que um paciente corra o risco de ser contagiado?
Bem, a verdade é que na maioria dos casos é a dita transfusão que evita a morte do paciente, e se não arriscarmos não há realmente mais nada a fazer...

Qual é a vossa opinião?

10 Comments:

Blogger noasfalto said...

Eu tenho medo!

26.10.05  
Blogger Poor said...

eu também!:) é das coisas que realmente espero nunca vir a precisar!

ps. muito obrigada!!um beijinho

26.10.05  
Blogger Unknown said...

eu arriscaria.. sempre. nem que fosse para mais um minuto de vida.

26.10.05  
Blogger mikas said...

Eu concordo com o bandinho.
Faz-me lembrar a contradição entre a minha infãncia, e se calhar, algumas das vossas. Eu caía de bicicleta, raspava o joelho, levantava-me (depois de gritar pra burro, claro), passava um pouco de terra e continuava a andar de bicicleta até ao final do dia, em que me lavava. Hoje em dia um miúdo cai de bicicleta, hà logo outro que o leva a casa,a mãe leva-o ao hospital, dispistam-se 4000 doenças, por um simples tombo.

Claro que a informação é maior e logo o cuidado é maior, não defendo que não seja. Penso é que por vezes se entra em paranoia (vide noticias recentes nos (tele)jornais sobre a gripe das aves).

E com a confiança nas atitudes das pessoas é a mesma coisa.

Eu prefiro acreditar, que a grande maioria das pessoas, senão todas, que dão sangue o fazem com boa vontade e sem pretender prejudicar ninguém.
Custa-me acreditar que alguém prejudique deliberadamente um número indeterminado de pessoas.
Ponho a possibilidade, e tb pelo facto que referiste de não ser automaticamente detectavel, que alguém dê sangue, que esteja infectado e nem sequer saiba.

Lembro-me das pessoas que deixaram de comer carne por causa da doença das vacas loucas.

Mas como costumo dizer, eu posso ser atropelado ao atravessar a rua. Logo arriscava de certeza.

x

b0t

26.10.05  
Blogger izzolda said...

Eu arriscava. Comno dizes, se a transfusão evita a morte, é indispensável. Mesmo que acarrete riscos.
E o que é que não é arriscado hoje em dia?...

26.10.05  
Blogger luís said...

bem, desde já quero agradecer o comentário no meu blog e o favto de ele tar aqui presente nos teus links xD brigado

quanto ao texto... bem, o que é que há pra pensar quando a única forma de salvar uma vida é com a dita transfusão? Mesmo que contraia uma doença ganhou mais uns dias de vida... se não os agradecem podem sempre suicidar-se ou coisa que se pareça.
Claro que bom seria haver formas de determinar se o sangue está contaminado ou não... mas vá... + um pouco de vida não faz mal a nínguem


beijinho *

26.10.05  
Blogger Sara MM said...

mmm..... tens a certeza que é assim?! tinha ideia de que controlavam essa parte dos 9 meses para se detectar a doença.. mas não me lembro como.. vou investigar!

BJs
PS-espero que nunca precisemos... mas senão, ai vamos querer receber, isso vamos!

26.10.05  
Blogger noasfalto said...

Qualquer dia viro Jeová. Dê pró que der!
Beijinho

27.10.05  
Blogger Rui said...

Uma coisa é pensar nisso de uma forma abstracta, outra, bem diferente, quando confrontado com uma situação limite. Em casos desses, se não houver uma questão religiosa imperativa, acho que não há muitas dúvidas: claro que sim.

28.10.05  
Blogger Sara MM said...

Perguntei a uma médica e ela diz que os vírus se podem detectar logo, por análises de RNA, apesar de os anticorpos só se detectarem passados alguns meses...
Parece que sempre não se corre muito risco... Nem fazia sentido, hoje em dia (dantes era um facto!!)

BJs

1.11.05  

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