Eu gosto de...






Ao pisar o areal, aprecem bolhinhas de água devido á compactação da areia. De noite, o reflexo da lua projecta-se nessa bolhinhas, e o efeito é mágico: a sensação é a de que estamos a pisar milhares de estrelas cintilantes! Louco, louco, louco!
Ultimamente, não há nada que me faça reparar mais no desfazamento entre gerações, do que aquela porta da casa de Melgaço. Aquela que um dia a minha máquina fotográfica captou no auge de meados da sua reconstrução, deixando assim para sempre a prova da passagem de geração, ou da passagem de testemunho entre duas gerações diversas, do velho casarão... E à medida que a recuperação da porta e do seu conteúdo: a casa na qual se inclui, se foi processando, começaram a apagar-se um pouco as memórias da pequena Rita, que brincava no pátio ou no quintal. E da sua velha visavó que sem grande paciência para as trepolias da Ritita, lhe dizia "os cactos não menina!" (vejam, lá, coleccionava cactos), ou "esses belos canteiros que dão tanto trabalho a cuidar não!" (não que não tenha sido a Maria a plantá-los). Mas no meio dessa barafunda deixava a Rita brincar com as suas velhas bonecas (quase assustadoras diria) e comer bolachinhas na hora do chá. Até que de vez em quando lá caía um afago na cabecinha da Rita, oriundo daquela Senhora que jurava a pés juntos que a criança a preto e branco, com um grande laço no cabelo, era ela e não outra "porque também eu fui criança e fui-o aqui nesta casa". E a Ritinha olhava-a silenciosa e pensava "será que é possível? Ela é tão velhinha! E um pouco refilona para quem já foi menina". Junto com estas recordações, começam a desvanecer-se também outras: aquela música que tocava na grafnola, uma voz de mulher que irritava a Rita (que mais tarde vem a saber que era Edit Piaff) e outros discos grandes e pesados com um círculo vermelho no centro, e justo aí, um caõzinho desenhado (cómico, porque também ele olhava e escutava a grafnola). Ao que parece o dono chamava-se Pavlov...

"Show me how you do that trick
The one that makes me scream" she said
"The one that makes me laugh" she said
And threw her arms around my neck
"Show me how you do it and I promise you
I promise that I'll run away with you
I'll run away with you"
Spinning on that dizzy edge
I kissed her face and kissed her head
And dreamed of all the different ways I had
To make her glow
"Why are you so far away?" she said
"Why won't you ever know that I'm in love with you?
That I'm in love with you?"
You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Strange as angels
Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water
You're just like a dream...
Daylight licked me into shape
I must have been asleep for days
And moving lips to breathe her name
I opened up my eyes
And found myself alone
Alone
Alone above a raging sea
That stole the only girl I loved
And drowned her deep inside of me
You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Just like heaven